segunda-feira, 27 de julho de 2015

Hospitais recusam pacientes por greve de enfermeiros

Hospital Getúlio Vargas e Hospital Infantil não estão mais recebendo pacientes, de acordo com o Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Estado do Piauí (Senatepi). Hospitais de Teresina, Campo Maior, Parnaíba, Bom Jesus e Floriano estão com o atendimento reduzido desde a manhã da última sexta-feira (24) quando foi deflagrada a greve dos trabalhadores em enfermagem no estado. Segundo informações da categoria, o movimento paralisou em 70% os atendimentos de 11 hospitais públicos do Piauí. De acordo com o Senatepi, durante a paralisação serão mantidos os atendimentos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), urgência e emergência, mas os serviços ambulatoriais e cirurgias eletivas deverão ser remarcados. A Maternidade Dona Evangelina Rosa, o Natan Portela, o Hospital do Mocambinho e o Areolino de Abreu só têm 30% do funcionamento e o Hospital de Urgência de Teresina, o Hospital do Dirceu e o do Promorar, por terem administração mista do estado e da prefeitura, têm o atendimento menos prejudicado, mais ainda assim, os trabalhadores estaduais da categoria estão parados. 

Em assembleia geral da categoria realizada na manhã desta segunda-feira (27), no Senatepi, foi decidida a manutenção da greve. Segundo o diretor do sindicato, Francisco Alex do Nascimento da Silva, o governo não quer ceder e nega direitos assegurados na Constituição Federal, como insalubridade e adicional noturno. “O governo não quer dar o braço a torcer nem para a categoria, nem para a população, que é quem mais sofre com a paralisação. Tem absurdos que precisam ser resolvidos, por exemplo, um técnico de enfermagem ganha R$ 550,00 por dez plantões. O número de funcionários já é mínimo e todo mundo tem que cumprir uma carga horária muito grande pra suprir a insuficiência de trabalhadores, mas ganhar menos de um salário por dez plantões é inaceitável”, declarou. Ainda na sexta-feira (24), o Governo do Estado apresentou proposta de negociação para pôr fim à paralisação. Dentre as propostas apresentadas, foi negociada a implantação da insalubridade, sendo 50% em dezembro e 50% em março de 2016; a regulamentação da gratificação GIMAS em agosto de 2015 e a implantação do adicional noturno, com 50% em dezembro e 50% em março de 2016. Quanto ao reajuste do plantão extra, apenas seria implantado a partir de março de 2016 sendo enfermeiro para R$ 220, técnico para R$ 100 e auxiliar R$ 80. Em relação à implantação do Plano de Cargos e Carreiras e Salários, a discussão ficaria para janeiro de 2016. 

De acordo com o diretor de comunicação do Senatepi, o governo precisaria rever a discrepância entre o salário dos médicos e dos enfermeiros. “Enquanto um médico tem inicial de R$ 7 mil, um enfermeiro começa ganhando R$ 1,7 mil. Não há tratamento igualitário. Se quisessem usariam a verba da gratificação GIMAS para todos e não somente para os médicos, como acontece hoje. E olha que não estamos nem falando de reajuste de salário, só queremos nossos direitos que já são reconhecidos”, relatou Francisco Alex.
Nesta terça-feira (28) está marcada para as 8h, no auditório do Conselho Regional de Enfermagem do Piauí (Coren-PI), mais uma assembleia geral da categoria. Às 9h será realizada uma manifestação em frente ao HGV e às 16:30 os trabalhadores se reunirão em frente a Maternidade Dona Evangelina Rosa.

Fonte: Portal AZ

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